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Assessoria de imprensa: imprensa@ecoponte.com.br

Visibilidade trans: Ecoponte tem programa de promoção da diversidade

Publicado em 31 de jan de 2023 às 14:00

A responsabilidade social das empresas envolve a promoção da diversidade no mercado de trabalho. Para tornar o ambiente mais inclusivo e representativo, a Ecoponte participa do Programa Caminhos para Todos, desenvolvido em todas as empresas do grupo EcoRodovias com o objetivo de eliminar as barreiras para a contratação e promoção de grupos minorizados, que incluem mulheres, negros e população LGBTQIA+. Na semana do Dia Nacional da Visibilidade Trans (29/1), a concessionária, administradora da Ponte Rio-Niterói, expressa o orgulho de contar com um profissional transgênero no seu quadro de colaboradores.  

 

Formado em Cinema e Administração, Gael Jardim, 40 anos, entrou para a empresa há nove meses para exercer o cargo de operador de pedágio. Ao longo de sua vida profissional, Gael chegou a atuar como assistente administrativo em uma instituição, mas encontrou preconceitos e outras barreiras para se desenvolver pessoal e profissionalmente.

 

Desempregado, Gael resolveu concorrer à vaga na Ecoponte no ano passado. “O que pesou na minha decisão foi a estrutura da empresa. Embora eu tenha estudado para exercer outros papéis, aqui eu tenho chances de crescimento, de participar de processos internos de seleção, como todos os outros colaboradores. Isso é muito importante. A empregabilidade traz dignidade”, diz ele.

 

Quando entrou para o time Ecoponte, Gael já tinha retificado seu nome, num processo que se estendeu por um ano e seis meses e foi concluído em 2018. Também já havia completado a transição, com a cirurgia de mastectomia, feita há seis anos, e assumido as características físicas de um homem. Motivo de satisfação, a aparência masculina, por outro lado, também reforçou incompreensões que ele encara desde muito jovem. 

 

Aos 16 anos, em 1998, por falta de conhecimento sobre transgeneridade, Gael passou a ter uma vivência lesboafetiva, mas também não se sentia bem como uma mulher lésbica. “Nunca aceitei ser uma mulher. Agora sim, me sinto adequado ao gênero com o qual eu me reconheço”. Apesar disso, Gael não atende ao padrão masculino construído pela sociedade nem se encaixa no feminino. “Isso gera uma solidão. Eu sou um homem que não me identifico de forma alguma com essa carga patriarcal, que tende a reforçar comportamentos tidos como masculinos e a naturalizar assédios e outros procedimentos”, explica, acrescentando que esses modelos sociais acabam por deslegitimar a masculinidade dele, uma vez que colocam em descrédito homens que fogem à regra geral. “Me sinto em desacordo”, resume.

 

Para acolher Gael, com toda sua complexidade, e fazer de sua jornada no trabalho uma experiência positiva, a equipe da Ecoponte o acompanhou e prestou apoio no enfrentamento de preconceitos que, infelizmente, existem. Quando chegou à empresa, único colaborador trans, ele precisou, em certos momentos, se posicionar de forma mais firme diante da curiosidade e da falta de compreensão de alguns colegas. “Não temos mais como aceitar certos comportamentos”, explica, acrescentando que, neste processo, o que fez a diferença, foi contar com espaço para diálogo na concessionária: “Eu tenho respaldo para encarar as dificuldades. Atualmente, minha relação com os colegas de trabalho é melhor do que eu esperava. Eu me sinto respeitado”.

 

 

Atualmente, Gael comemora as conquistas da vida profissional. Sou um homem solteiro, que mora sozinho com seis gatos e que busca qualidade de vida”, conta, sem esquecer de tudo que aprendeu nesta jornada e ciente de que sua história ainda se desdobrará em muitos outros capítulos. “Eu estou escrevendo um livro”, revela ele, que já teve um canal na internet para falar de questões de gênero. “Que bom que deu tempo de ser quem eu sou ainda nessa vida. Mas para muita gente não deu e nem vai dar. Houve avanços na sociedade, mas ainda é para poucos. Para quem tem dinheiro, é possível comprar os remédios necessários para a transição, fazer cirurgia e manter o acompanhamento médico. Mas e quem não tem recursos? Este é um desafio que o país precisa encarar”, conclui Gael, que, claro, faz questão de fazer parte dessa construção por um futuro melhor para todas as pessoas. “Temos direito à existência”, afirma ele.   

    

 

Programa Caminho para Todos - A iniciativa, implantada em todas as unidades do Grupo Ecorodovias desde 2018, promove ações e discussões com base em quatro pilares que servem como eixos temáticos (LGBTI+, Mulheres, PCD e Raça). Para a discussão dos temas foram formados comitês compostos por membros de todos os setores da empresa que promovem palestras, mesas redondas e eventos para debate e vivência dessas temáticas. O intuito do programa é zelar por uma cultura de diversidade e inclusão, promovendo a conscientização dos colaboradores, tornando o ambiente plural e mais rico.